quinta-feira, 27 de julho de 2017

As aparições de Nossa Senhora em Fátima: contexto histórico

            Na plenitude dos tempos maus e de um futuro sombrio, no auge da construção da modernidade racionalista, materialista e ateia, da expansão do liberalismo e do modernismo relativistas, consequências das ideologias e das revoluções nos explosivos séculos XVIII e XIX, que provocaram a descristianização da sociedade, Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos de Fátima, no ano de 1917, em Portugal. Trouxe do céu uma mensagem de advertência e de salvação, repropondo os valores do Evangelho como remédios eficazes para a solução dos problemas e para a paz no mundo. E para compreender plenamente a mensagem de Fátima é fundamental o conhecimento dos processos históricos a ela relacionados.
            Naqueles finais do século XIX e primórdios do século XX havia uma contradição pairando sobre a Europa. Era o período da Belle Époque, caracterizado por um clima de euforia e otimismo, determinados pelos progressos da era da segunda revolução industrial, dos avanços científicos e da modernização da estrutura produtiva, transmitindo um sentimento de que todos os males da humanidade, como a miséria, a fome e as doenças seriam resolvidos. Os valores do Cristianismo ainda eram vivenciados nas relações sociais e impregnavam a cultura dos povos. A Igreja Católica tinha um relativo prestígio nas relações diplomáticas com as diversas nações e ainda existiam impérios cristãos, como o austro-húngaro, governado pelos Habsburgos, defensores seculares do patrimônio da fé e da civilização cristã. Por outro lado, desde o Iluminismo e a Revolução Francesa no século XVIII, “reeditada” diversas vezes no século XIX, fundados no desejo de “abalar os tronos e derrubar os altares” (SEGUIER, 1770) crescia uma mentalidade anticlerical, antirreligiosa, liberal, contra os dogmas da Igreja. Esta mentalidade evoluiu para o materialismo e o ateísmo, arquitetados por diversos pensadores. Marx (1818-1883) afirmou que “a religião é o ópio do povo”, droga que aliena o homem, Nietzsche (1844-1900) que “Deus está morto” e Freud (1856-1939) que “Deus é uma ilusão infantil e a religião uma neurose”.
            Como disse Edward Grey, em 1914 “as luzes se apagaram em toda a Europa”. O mundo experenciava os sofrimentos trágicos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as destruições materiais, os massacres nos campos de batalha, a fome, a miséria, a desolação e a destruição das famílias, o que o papa Bento XV (1914-1922) chamou de “suicídio da Europa”, “tragédia inútil”, a “destruição da civilização cristã”, contra os quais esgotou todos os meios naturais, diplomáticos, sem sucesso. Tais desastres foram causados, como sugere a mensagem de Fátima e investigando mais profundamente, pela rejeição de Deus, pelo pecado do orgulho, da ganância e da ambição, traduzidos nas disputas e ódios nacionalistas, imperialistas e econômicos entre as potências europeias, dos quais o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando e da sua esposa Sofia, católicos da dinastia dos Habsburgos, foi apenas a centelha que incendiou o barril de pólvora. Na Rússia, explodiria a Revolução Comunista em outubro de 1917, como fora prenunciado por Nossa Senhora nas aparições de 13 de julho do mesmo ano, vaticinando ódios, perseguições e massacres de milhões de pessoas, além da difusão da ideologia socialista pelo mundo, fundada no materialismo histórico, na luta de classes e no combate à religião.
            Em Portugal a República proclamada em 1910, de inspiração maçônica, dava seus frutos perversos: a Igreja era perseguida de todas as maneiras. As igrejas eram pilhadas, os conventos atacados, os religiosos assediados, padres e bispos exilados e uma legislação anticlerical e antirreligiosa suprimiu mosteiros, conventos e ordens religiosas, aprovou o divórcio, suprimiu o ensino religioso nas escolas, aboliu o juramento religioso, proibiu as celebrações públicas das festas religiosas e o uso da batina pelos sacerdotes. Mas apesar das perseguições a integridade da fé foi mantida pela resistência da Igreja portuguesa, liderada pelo papa São Pio X, que rejeitaram quaisquer compromissos com o governo maçônico e ateu.  O agravamento da situação veio com a entrada de Portugal na guerra, ampliando as crises econômicas, as desordens por toda parte, a anarquia, greves e violências. O país vivia a ameaça de uma guerra civil, situação aproveitada pela impiedade maçônica para espalhar a irreligiosidade entre as massas.
             Nossa Senhora advertiu que a guerra terminaria, mas que se os homens não se convertessem, no reinado de Pio XI, começaria outra pior, e que a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo. Foi exatamente o que aconteceu nas décadas seguintes. A primeira guerra foi um divisor de águas, inaugurou de fato o século XX.  Abalou os alicerces da civilização cristã, pois das ruínas das trincheiras emergiu um mundo novo, assentado em valores propagados pelo American Way of Life (o jeito americano de ser), burgueses, hedonistas, materialistas, consumistas, iniciando a desconstrução dos valores tradicionais, do modo de vida simples, solidário, dos costumes cristãos das famílias, o que culminaria nos movimentos liberalizantes da contracultura da década de 1960.
 O historiador britânico Paul Johnson (1928) afirmou que o novo mundo emergido após a Grande Guerra e que se manteve até a dissolução do bloco soviético (1991) foi marcado pelo relativismo moral, pelas ideologias seculares e pela vontade de poder, que criaram “um novo tipo Messias, livre de qualquer sanção religiosa e com um insaciável apetite pelo controle da humanidade”. T.S.Eliot (1888-1965), em “Homens Ocos”, disse que os homens acreditaram ter se libertado dos grilhões da antiga fé e ao não mais prestar louvor a Deus acabaram prestando honras a tiranos ou demagogos, representados pelas tenebrosas figuras de Vladimir Lenin (1870-1924), Adolf Hitler (1889-1945), Joseph Stalin (1878-1953), Mao Tsé-Tung (1893-1973) e tantos outros que povoaram o cenário político do século XX, responsáveis por tantos massacres e sofrimentos.  
As pilhas de cadáveres ideológicos do século XX, criados pelas duas guerras mundiais, pelos campos de concentração, pelos regimes comunistas e políticas econômicas desastrosas são os frutos do não acolhimento dos pedidos de Fátima (de conversão) pela humanidade hedonista e materialista, da substituição da ordem religiosa ancorada na Revelação Divina e da autoridade de Cristo pelo culto do Estado-Nação, dos césares da modernidade e dos ídolos forjados segundo os gostos e desejos dos homens.

José Antônio de Faria
Professor Pós-Graduado em História

O Segredo de Fátima

                                                         Dom Fernando Arêas Rifan*

Neste ano celebramos o centenário das aparições de Nossa Senhora a três simples crianças, pastores de ovelhas, em Fátima, pequena cidade de Portugal, de onde a devoção se espalhou e chegou ao Brasil. São sempre atuais e dignas de recordação as suas palavras e seu ensinamento.

O segredo da importância e da difusão de sua mensagem está exatamente na sua abrangência de praticamente todos os problemas da atualidade. Aquelas três simples crianças foram os portadores do “recado” da Mãe de Deus para o Papa, os governantes, os cristãos e não cristãos do mundo inteiro.

Ali, Nossa Senhora nos alerta contra o perigo do materialismo comunista e seu esquecimento dos bens espirituais e eternos, erro que, conforme sua predição, vai cada vez mais se espalhando na sociedade moderna, vivendo os homens como se Deus não existisse: o ateísmo prático, o secularismo. “A Rússia vai espalhar os seus erros pelo mundo”, advertiu Nossa Senhora. A Rússia tinha acabado de adotar o comunismo, aplicação prática da doutrina marxista, ateia e materialista. Se o comunismo, como sistema econômico, fracassou, suas ideias continuam vivas e penetrando na sociedade atual. Aliás, os outros sistemas econômicos, se também adotam o materialismo e colocam o lucro acima da moral e da pessoa humana, adotam os erros do comunismo e acabam se encontrando na exclusão de Deus. Sobre isso, no discurso inaugural do CELAM, em 13 de maio de 2007, em Aparecida, o Papa Bento XVI alertou: “Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século... Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas”. Fátima é, sobretudo, a lembrança de Deus e das coisas sobrenaturais aos homens de hoje.

Aos pastorinhos e a nós, Nossa Senhora pediu a oração, sobretudo a reza do Terço do Rosário todos os dias, e a penitência, a mortificação nas coisas agradáveis e lícitas, pela conversão dos pecadores e pela nossa santificação e perseverança.

Explicou que o pecado, além de ofender muito a Deus, causa muitos males aos homens, sendo a guerra uma das consequências do pecado. Lembrança muito válida, sobretudo hoje, quando os homens perderam o senso do pecado e o antidecálogo rege a vida moderna, como nos lembrou São João XXIII. Falou sobre o Inferno - cuja visão aterrorizou sadiamente os pastorinhos e os encheu de zelo pela conversão dos pecadores –, sobre o Purgatório, sobre o Céu, sobre a crise que sofreria a Igreja, com perseguições e martírios.

Enfim, Fátima é o resumo, a recapitulação e a recordação do Evangelho para os tempos modernos. O Rosário, tão recomendado por Nossa Senhora, é a “Bíblia dos pobres” (São João XXIII). Assim, sua mensagem é sempre atual. É a mãe que vem lembrar aos filhos o caminho do Céu.


*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

O terceiro segredo de Fátima e as perseguições à Igreja

Pe. Claudiomar Silva Souza
Professor de Filosofia no Seminário da Imaculada Conceição

Exatamente no dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora de Fátima, de 1981, após a Audiência Geral, S. João Paulo II caía ensanguentado no papamóvel, vítima de dois disparos do extremista turco Ali Agca. Depois deste atentado, ele resolveu ler o célebre Terceiro Segredo de Fátima.
Quase vinte anos depois, por ocasião do Grande Jubileu do ano 2000, S. João Paulo II surpreende o mundo com a revelação do texto, escrito pela Ir. Lúcia:
“E vimos... um Bispo vestido de Branco; tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre. Vários outros Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos...; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trêmulo, com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e posições...[1]”.

Ao anunciar a publicação do Segredo, após a Missa de Beatificação dos Pastorinhos em Fátima em 13 de maio de 2000, o Cardeal Angelo Sodano leu, em nome do Santo Padre, a seguinte explicação:
A visão de Fátima refere-se sobretudo à luta dos sistemas ateus contra a Igreja e os cristãos e descreve o sofrimento imane das testemunhas da fé do último século do segundo milênio. É uma Via Sacra sem fim, guiada pelos Papas do século vinte... Depois do atentado de 13 de Maio de 1981, pareceu claramente a Sua Santidade que foi « uma mão materna a guiar a trajetória da bala », permitindo que o « Papa agonizante » se detivesse « no limiar da morte »[2]”.

            Foi na Aparição de 13 de julho de 1917 que Nossa Senhora tinha revelado os três segredos da sua Mensagem. Ao transmitir o segundo Segredo, Ela fez um apelo:
“Para a impedir [a guerra] virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração... Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará[3]”.

O Comunismo como sistema político caiu, mas sua inspiração, o Marxismo, continua espalhando seus erros pelo mundo. O Marxismo é um sistema filosófico materialista, que afirma como real somente o trabalho como atividade concreta do homem. Do trabalho surge a estrutura econômica, a realidade social que determina a consciência humana, moldando assim a história. Todo o resto para Karl Marx: política, moral, religião, etc., são superestruturas criadas para justificar a estrutura econômica do momento[4].
Partindo da dialética hegeliana como explicação do progresso social, ao Capitalismo atualmente reinante, Marx vê que, num processo de evolução histórica, deve seguir-se o Comunismo, que trará consigo o fim de todas as superestruturas políticas, morais e religiosas que o justificam:
“A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião... A religião é... o ópio do povo. A verdadeira felicidade do povo implica que a religião seja suprimida, enquanto felicidade ilusória do povo[5].”

Este projeto marxista se apresenta a nós agora com um novo nome: a Nova Ordem Mundial. Trata-se de um movimento bem organizado e financiado por organizações internacionais que, através do globalismo e do multiculturalismo, quer implantar uma espécie de governo mundial supranacional e totalitário.
Segundo Mons. Juan Claudio Sanahuja “todas [essas organizações] têm a mesma finalidade: concentrar o poder em poucas mãos abolindo as soberanias nacionais e instrumentalizar as religiões, isto é, colocá-las a serviço de seus próprios ditames[6]”.
Em entrevista à agência Aciprensa, Mons. Sanahuja falou da criação de uma nova religião universal relativista, sem dogmas, que, infiltrando-se nas demais religiões, abriria a caminho para a Nova Ordem:
“...a religião universal ‘também pode ser conhecida como novo código ético universal’... ‘Este código vem marcado pelo desejo dos organismos internacionais da ONU, por exemplo, também de alguns países centrais de mudar as convicções religiosas dos povos, para que seu plano de anticoncepção, de aborto, que eles mesmos chamam de re-engenharia social, seja aceito pelos países menos desenvolvidos’, sublinhou... ‘Pretende-se substituir as verdades imutáveis da lei natural, da religião cristã, ou das que eles chamam de religiões abraâmicas, por valores relativos de modo que tudo o que for afirmado como um valor imutável... para eles é totalitarismo e altera a paz social’.[7]

Para atingir esta meta, é preciso então destruir a cultura própria dos diversos povos Ocidentais, cultura essa formada a partir da raiz judaico-cristã. E como a cultura própria de um povo se transmite pela família, é preciso que esta seja destruída. Uma vez destruída a fronteira civilizacional da família, entramos em uma crise de valores, que irá preparar o advento desta Nova Ordem Mundial.
Assim o afirmou David Rockefeller:
“Estamos à beira de uma transformação global. Tudo o que necessitamos é uma grande crise e as nações não apenas aceitarão a Nova Ordem Mundial, mas pedirão por ela[8]”.

            Por isso, mais que nunca neste centenário das aparições de Fátima, urge ouvir o apelo de Nossa Senhora, como o lembrou S. João Paulo II: “A mensagem de Fátima é um apelo à conversão... Na sua solicitude materna, a Santíssima Virgem veio aqui, a Fátima, pedir aos homens para «não ofenderem mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido». É a dor de mãe que A faz falar; está em jogo a sorte de seus filhos[9]”. Somos assim chamados a fortalecer nossa fé, nossos valores familiares, nossa identidade e cultura cristã.





[1] http://www.fatima.pt/pt/pages/narrativa-das-aparicoes
[2] http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/2000/apr-jun/documents/hf_jp-ii_spe_20000513_sodano-fatima.html
[3] Ibd.
[4] “A produção das ideias, das representações e da consciência está, a princípio, direta e intimamente ligada à atividade material e ao comércio material dos homens; ela é a linguagem da vida real... O mesmo acontece com a produção intelectual tal como se apresenta na linguagem da política, na das leis, da moral, da religião, da metafísica etc. de todo um povo.” – Marx, Engels: Ideologia Alemã, apud:
 http://www.zahar.com.br/sites/default/files/arquivos/trecho_CASTRO_TextosBasicosDeSociologia.pdf
[5] Marx, Engels: Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, disponível em: https://www.marxists.org/portugues/marx/1844/critica/introducao.htm
[6] Mons. Sanahuja é Jornalista, Doutor em Teologia e estudioso da ONU e da Nova Ordem Mundial. Entrevista disponível em: http://www.religionenlibertad.com/la-masoneria-tiene-un-papel-importante-en-el-club-bilderberger-the-35738.htm
[7] http://www.acidigital.com/noticias/sacerdote-denuncia-o-perigos-da-religiao-universal-proposta-pela-onu-20171/
[8] https://www.passeidireto.com/arquivo/20178866/introducao-a-nova-ordem-mundial---alexandre-costa/29
[9] Homilia na Missa de Beatificação dos Pastorinhos em Fátima, 13.05.2000. Disponível em http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/2000/documents/hf_jp-ii_hom_20000513_beatification-fatima.html

A mensagem de Fátima em 13 pontos

A 13 de maio na cova da Iria...

Celebramos neste ano o centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima.
Todas as aparições, exceto uma, aconteceram no dia 13. Foi também no dia 13 de maio de 1980 que aconteceu o atentado a São João Paulo II, como Nossa Senhora tinha revelado, na terceira parte do Segredo.
Embora sabendo o quanto é artificial reduzir a um certo número o conteúdo da mensagem que a Virgem Maria nos trouxe em Fátima, vamos elencar em 13 pontos, alguns aspectos desta rica revelação.
É oportuno lembrar aqui os critérios que Bento XVI nos oferece para avaliar o valor de uma revelação, e vemos que a mensagem de Fátima obedece a todos estes requisitos:
- “sua orientação para o próprio Cristo (...) uma ajuda para a fé, (...)  orienta para a única revelação pública (...) uma válida ajuda para compreender e viver melhor o Evangelho na hora atual; uma ajuda, (...) um alimento para a fé, a esperança e a caridade, que são o caminho permanente da salvação para todos”. (Verbum Domini, n. 14)

Eis, pois a mensagem de Fátima em 13 pontos:

1.       Céu: é o primeiro que Nossa Senhora diz: “Eu venho do céu”. E promete levar para lá os três privilegiados Pastorinhos.
2.       Conversão: “Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido”.
3.       É preciso trabalhar e rezar pela paz: “Rezem o terço para a guerra terminar”.
4.       Nossas escolhas errôneas podem ter consequências seríssimas: “Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores”. “Se os homens não se corrigirem, virá uma guerra ainda pior”.
5.       Devoção ao Coração de Maria: “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”.
6.       Sacrifício: “Quereis oferecer-vos em sacrifício pela conversão dos pecadores? (...) De fato tereis muito que sofrer”.
7.       Valor da oração do Terço: “Rezem o Terço todos os dias”.
8.       Oração pelo Papa: Jacinta foi quem mais se dedicou a esta missão.
9.       Martírio: a terceira parte do segredo fala dos mártires do século XX, incluindo o atentado a São João Paulo II. Não morreu mártir, mas passou pelo martírio.
10.   Amor pela Eucaristia. Nossa Senhora os ensina a adorar a Jesus na Eucaristia.
11.   Fazer tudo para Deus. Nossa Senhora os mandar dizer muitas vezes: “Ó Jesus, é por vosso amor”.
12.   Valor da oração: Nossa Senhora ensina a rezar pela conversão dos pecadores, pela paz, em reparação pelos pecados, pelo Papa, pelo fim da guerra, em desagravo a seu próprio Coração, etc.
13.   O mal jamais terá a última palavra: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
Senhora de Fátima, branca Rainha da Paz, ajudai-nos a viver vossa mensagem. Convertei os pecadores, a começar por cada um de nós, pobres pecadores.

Pe. Gaspar Samuel Coimbra Pelegrini
Diretor Geral do Educandário "Rainha dos Apóstolos"


Fátima e a Missão da Escola Católica - Editorial

            No centenário das aparições da Virgem Maria em Fátima, o Jornal EDUCARE quer deixar a sua mensagem de evangelização para as escolas católicas da nossa Administração Apostólica.  Com a graça de Deus, possamos neste momento reafirmar a atualidade da mensagem de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos para a revitalização da nossa fé e do nosso compromisso evangelizador como escola católica
            No Estudo das Diretrizes Nacionais da Pastoral da Educação fundamenta a grande missão da Igreja que é Evangelizar, tendo a Educação como lugar privilegiado para formação integral do ser humano e para a construção do bem comum e em Fátima, Nossa Senhora mostrou sua preocupação com a educação  e evangelização, dizendo aos três pastorinhos  na segunda aparição em 13 de junho de 1917: “...quero que rezeis o terço todos os dias e que aprendam e ler.”
Em nossos dias as Escolas Católicas na sua responsabilidade de educar e evangelizar, abrem suas portas a um público diversificado e nem sempre em sintonia com a identidade confessional católica. Encontram-se dificuldades na fidelidade à missão e no respeito aos que não professam a fé católica. Essa identidade católica deve estar presente em todos os aspectos da educação: ambiente físico, pedagogia, conteúdo programático, atividades curriculares e extracurricilares, relação entre pais, alunos, professores, diretores e funcionários.
Assim, fieis aos carismas de Fátima, somos chamados a conduzir os nossos educandos no caminho do bem e indicar a grande mensagem que o Imaculado Coração de Maria veio trazer ao mundo: a Paz.
A sua mensagem ensina-nos a seguirmos o caminho da conversão interior, apoiados na afirmação de Jesus, o Filho do Coração de Maria: «Tem confiança: Eu já venci o mundo» (Jo 16,33).

Que a Virgem de Fátima abençoe nossas Escolas Católicas no cumprimento da nobre missão de Educar e Evangelizar.

Pe.Silvano Salvatte Zanon
Assessor Eclesiástico da Pastoral da Educação

A Igreja Católica moldou o Ocidente

          O professor de História da Pensilvânia State University, Philip Jenkis, disse que "o anti-catolicismo é o último preconceito aceitável nos EUA". Realmente, nos EUA e no mundo, nas escolas e nas universidades, nos meios de comunicação e nos ambientes culturais em geral a Igreja Católica é ridicularizada, desprezada, considerada retrógrada, ultrapassada, contrária ao desenvolvimento científico e ao progresso. Contra a Igreja e os seus valores pode-se dizer tudo, sem preocupação com a análise criteriosa das fontes e a veracidade dos fatos e muito menos sem a tolerância tão apregoada pelos valores do politicamente correto no contexto do pluriculturalismo. As calúnias e as mentiras, os contra valores ensinados e os ataques repetidos constroem no imaginário popular uma falsa visão da Igreja, produzindo através da ridicularização o laicismo radical, a perda da fé e até o ateísmo teórico.
           A Reforma Protestante e o seu ódio pela Igreja, o Renascimento e a mentalidade antropocêntrica, crítica da autoridade da Igreja e da Fé como critério de conhecimento, o Iluminismo e o racionalismo radical, deísta e anticlerical, as filosofias liberais e materialistas dos séculos XIX e XX, cujos interesses comuns eram desprestigiar a Igreja e promover as suas ideologias tornaram-se as fontes inspiradoras dos historiadores modernos, que fundados no relativismo cultural, no materialismo e no laicismo construíram uma historiografia de ódio contra a Igreja, denunciando ou desconsiderando o seu papel na formação da identidade do mundo ocidental.
            Dizia Santo Agostinho que é preciso amar a Deus como pai e a Igreja como mãe. E como bons filhos, diante de tantas falsificações, mentiras e calúnias advindas de ideologias perversas é necessário responder às críticas, e ao mesmo tempo reafirmar o papel do Cristianismo na construção do Ocidente. É uma questão de honestidade intelectual, de bom senso e de obrigação, especialmente para o historiador/pensador e para o professor católico, estudar, debruçar sobre as fontes primárias, desconstruir as críticas infundadas, mostrar as luzes, os benefícios da Igreja Católica para a humanidade em todos os campos dos saberes e dos fatos sociais. E para isso é preciso desconstruir a desconstrução, passar a história a limpo, ler autores como Daniel Rops, Thomas Woods, Régine Pernoud, Chistopher Dawson, Gertrude Himmelfarb, Edmund Burke, Paul Johnson e muitos outros historiadores, filósofos, pedagogos, autores clássicos, gênios, que sozinhos resumiram gerações inteiras de conhecimentos e acumularam séculos de cultura, promoveram uma sistematização dos saberes, que construiu o arcabouço cultural do Ocidente, pautado na verdade, no bem e na beleza.
             O historiador americano Dr. Thomas Woods, PhD de Harvard nos EUA, em seu livro “Howthe Catholic Church Built Western Civilization (Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental; Regury Publishinglnc, Washington, DC, 2005) afirma que “Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja Católica moldou o tipo de civilização em que vivemos e o tipo de pessoas que somos”. Embora os livros textos típicos das faculdades não digam isto, a Igreja Católica foi a indispensável construtora da Civilização Ocidental. A Igreja Católica não só eliminou os costumes repugnantes do mundo antigo, como o infanticídio e os combates de  gladiadores, mas, depois da queda de Roma, ela restaurou e construiu a civilização”.
            Somos frutos do papel civilizatório da Igreja. Os valores evangélicos fizeram a verdadeira revolução social. A mulher, a criança, o doente, os mais excluídos da sociedade foram defendidos, protegidos, considerados sujeitos de direitos e a sua dignidade elevada. A Igreja Católica inventou o ideal de caridade, reconhecida até por inimigos como Voltaire, socorreu os pobres, construiu hospitais, asilos, criou ordens religiosas para libertar escravos cristãos no mundo muçulmano, foi a única a assistir os assolados em épocas de epidemias, como a Peste Negra. Cuidou da educação. Criou escolas por toda parte, fundou as universidades e o próprio sistema universitário e valorizou a igualdade de condições para o acesso ao conhecimento.
            O Direito Canônico foi o primeiro sistema legal moderno e foi decisivo na evolução do Direito, a enunciação de inúmeros princípios jurídicos pelos pensadores católicos deu origem ao Direito Internacional, cujo pai é o padre Francisco Vitória. No campo da Economia as ideias de preço justo, do valor subjetivo do dinheiro, da liberdade econômica e tantos outros princípios são de padres e bispos como Jean Buridan, Nicolau Oresme e muitos outros. A defesa da ideia da existência de um universo racional, ordenado, funcionando de acordo com leis naturais tornou possível o progresso das ciências. Aliás, inúmeros cientistas eram padres, destacando os jesuítas.
             A Arte expressa na beleza das catedrais e dos vitrais, o valor do conhecimento difundido através das universidades e dos pensadores cristãos, a cultura antiga preservada através do trabalho dos monges copistas, a caridade, o desenvolvimento das ciências, a valorização da razão, os princípios da paz e da justiça social, o ideal de bem, de beleza e de verdade não existiriam nos moldes que temos hoje sem o trabalho da Igreja Católica.

                                  
 José Antônio de Faria
Professor Pós-Graduado em História



Criação e Evolução

                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*

            Alguns ficaram injustamente escandalizados com a afirmação do Santo Padre, o Papa Francisco, em seu discurso de 27/10/2014, sobre a teoria da evolução, pensando até que o Papa estivesse defendendo o evolucionismo ateu. Há que se distinguir entre teoria da evolução, defensável e aceitável, e o evolucionismo, ideologia materialista que ensina a evolução total com a ausência do Criador. (Marx e Engels utilizaram a teoria da evolução de Darwin para propagar o materialismo ateu do comunismo). Também é necessário distinguir o criacionismo, ideologia que defende erroneamente a interpretação literal da Bíblia como parâmetro da ciência, da teoria da Criação, verdade que a Igreja, e nós com ela, defendemos e ensinamos.
            Na verdade, o Papa Francisco afirmou que “a evolução na natureza não contrasta com a noção de criação, porque a evolução pressupõe a criação dos seres que evoluem”. Ele explica que Deus “criou os seres e deixou que se desenvolvessem segundo as leis internas que Ele deu a todos, para que se desenvolvessem, para que chegassem à sua plenitude. Ele deu autonomia aos seres do universo ao mesmo tempo em que assegurou Sua presença contínua, dando o ser a toda a realidade”. Ou seja, Deus criou o mundo e o acompanha com as leis que Ele criou. É o que chamamos a Divina Providência.
            Além disso, o Pontífice explicou que é aceitável a teoria que explica o começo do universo através de uma grande explosão, aventada pelo sacerdote católico belga Georges Lamaître, chamada de Big Bang. Aliás, o Pontífice afirmou que “o começo do mundo não é obra do acaso, mas que deriva diretamente de um Princípio supremo que cria por amor”.
            Já em 1951, o Papa Pio XII havia acolhido com simpatia a teoria do Big Bang, afirmando ser ela perfeitamente compatível com o ensino da Igreja sobre a criação do mundo por Deus, “a obra da onipotência criadora, cuja força, saída do potente ‘fiat’ pronunciado a milhões de anos pelo Espírito criador, se propagou no universo, chamando à existência com um gesto de amor generoso a matéria exuberante de energia. Realmente parece que a ciência moderna, olhando para milhões de séculos atrás, conseguiu se tornar testemunha daquele primordial Fiat lux (Faça-se a luz), pelo qual do nada irrompe, com a matéria, um mar de luz e radiação, enquanto as partículas químicas dos elementos se separam e se reúnem em milhões de galáxias” (Pio XII, discurso de 22/11/1951). 
O evolucionismo, materialista ateu e marxista, acaba transformando a matéria em deus. A matéria seria perfeitíssima, conteria todas as perfeições nas quais se transformaria, eterna, onipotente, criadora por si mesma do céu e da terra: mas essa é a definição de Deus! E quem provocou a tal explosão inicial, onipotente, inteligente e organizadora? Na ânsia de negar o Deus pessoal inteligente, chega-se ao deus matéria cega e bruta. Como seríamos contraditórios, se negássemos a Deus! E mais crentes, pois é preciso ter mais “fé” para ser ateu, crendo no absurdo, do que para crer em Deus Onipotente e eterno, com uma Fé lógica e racional.

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

Educação e Disciplina

Todo Sistema de Educação é baseado numa Filosofia de Vida.
Educar alguém é indicar-lhe os fins para os quais ele deve tender (Deus, sua perfeição), é ajudá-lo a dominar seus instintos e dirigi-los pela razão; a desenvolver suas faculdades; orientar seus sentimentos; moldar seu temperamento; formando assim sua personalidade, quer dizer, sua inteligência, vontade, consciência, sensibilidade e seu caráter, porém, tudo isso em cooperação com a graça divina.
Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos e a Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, tradição e pelo cotidiano.
Refletindo sobre a temática no contexto escolar, pensamos que o trabalho na escola não pode efetivar-se sem esforços, dedicação e principalmente Disciplina.
A necessidade da Disciplina aparece não por meio de autoritarismo ou arbitrariedade, mas como condição indispensável para a condução de uma prática comprometida com a construção do conhecimento.
A melhor e mais desejável Educação é aquela em que a criança teme sempre o castigo e nunca precisa recebê-lo.
Portanto, a verdadeira educação só pode ser a Educação Cristã.
É pela Educação que a criança aprende a Disciplina, por isso os genitores não podem se descuidar dela, deixando-a abandonada a si mesmo. Muitas pessoas não conseguem vencer os problemas e vícios pessoais, porque não são disciplinadas. Muitas não conseguem ser perseverantes em seus bons propósitos, porque lhes falta essa virtude. Para vencer um vício ou dominar o mau hábito é preciso disciplina.
Nenhum atleta vence uma competição sem muita disciplina, treinos, regimes, horários rígidos, etc. Ora, na vida espiritual, pela qual desejamos ganhar a “coroa incorruptível”, a disciplina é mais necessária ainda.
Segundo Dom Bosco, Disciplina é “A arte de bem governar a própria vontade”, significa fazer tudo com ordem, critério, método e organização. Ela pode ser Disciplina Preventiva, quando afasta a desordem e Disciplina Corretiva quando procura restaurá-la quando ferida.
É muito mais importante prevenir do que remediar e há elementos essenciais para isso: a vida sacramental, catequese, conversa de “pé de orelha”, práticas de piedade, enfim, a formação espiritual.
Atualmente o desafio que se estabelece numa sala de aula, é como promover uma relação harmoniosa numa sociedade composta por pessoas de diferentes etnias, nacionalidades e culturas.
A disciplina depende evidentemente da força de vontade; e esta é fortalecida pela graça de Deus. Disciplina é um exercício de amor e graça, libertando o pecador da escravidão do pecado.
São Paulo diz que é Deus “que opera em nós o querer e o fazer”.
Façamos por onde agradar a Deus, para que possamos adquirir esse dom.


Salve Maria!

Maria Lúcia Viceconte de Abreu
Professora Graduada de Ciências Físicas e Biológicas

Os falaciosos pressupostos da teoria queer


A palavra "queer", em inglês, significa "diferente, esquisito, estranho, bizarro". E os teóricos "queer" sustentam que a personalidade humana seria espontaneamente assim: "diferente, esquisita, estranha, bizarra".


Assim como uma árvore "cresce" de modo errático, isto é, imprevisivelmente, sem um curso definido, anormativa, irregular, a não ser que seja "endireitada" por alguma trave que delineasse retilineamente seu curso, seus contornos, a personalidade humana seria também esdrúxula, não fosse uma trave que a enquadrasse em limites odiosamente deterministas: a heteronormatividade.

Heteronormatividade, para eles, é esta ideologia sexista que cataloga a identidade de acordo com a biologia dos corpos: se você nasce macho, é homem; se fêmea, mulher.

Contudo, ressignificada a trave, esvaziada de conteúdo a heteronormatividade, a humanidade poderia retornar à indefinição basal de sua própria identidade. 

Daí o conceito de "gênero", que serve como instrumento para a dessignificação de qualquer identidade. Precisaríamos reconquistar a indefinição. Esta seria a libertação perfeita, que nos alforraria das determinações e nos abriria para a verdade de que, no fundo, o normal é ser estranho, troncho; o normal é ser anormal.

O problema central desta argumentação é que esta repousa sobre um PRINCÍPIO FALSO DE COSMOLOGIA: a ideia de que a natureza seria ERRÁTICA. Nada mais absurdo!

Os entes naturais se movem não a esmo, mas de acordo com pautas muito bem determinadas, a partir de informações que possuem inconscientemente, dentro de si, programando-os de acordo com uma direcionalidade muito clara, estudável, teorizável. É para isso que existem as ciências naturais!

Assim, uma árvore não cresce "queer" simplesmente: é a interação de sua própria "fisiologia" com o ambiente em que se encontra que causa aquele crescimento. A árvore se "estica" em busca de luz e umidade, seus alimentos, e isso não é nada "queer", é mega determinado.

Obviamente, a natureza humana não é vítima de um determinismo biológico, mas possui racionalidade; a pessoa é capaz de interpretar suas próprias inclinações naturais equacionando-as em vista do próprio bem humano integral, o que supõe a aceitação de si, das próprias determinações, não se as enxergando como limites detestáveis, mas como pauta nas quais escreve a própria biografia, livre, mas não aleatória e irresponsável.

Na verdade, a tal da "heteronormatividade" da qual dizem nos querer libertar, quando vista no arco de todo o desenvolvimento histórico, apresenta-se-nos como um dos fenômenos mais onipresentes e espontâneos que abraçam a totalidade das culturas humanas. Não surge diante de nós como uma "trave" artificial, um estorvo de que nos seria grato o livramento. Nestes termos, inexiste.

Antes, é esta "gêneronormatividade" que se nos quer impor como superestrutura (ou, para utilizar o ludíbrio deles, super-superestrutura) aniquiladora de nossa espontaneidade. 

De fato, para que tanto ardil, se o "heteronormativo" é irreal?, para que tanto esforço de desconstrução ou ressignificação do que chamam de "binarismo", se este é meramente ideológico, enganoso?…

A realidade é evidente: os teóricos de gênero são verdadeiros "ideólogos", querem nos sufocar na indefinição, nos expropriar de nós mesmos. A "gêneronormatividade" é a trave que nos quer impedir de simplesmente e espontaneamente ser como somos há milênios, sem rótulos de "queer" ou "no queer", simplesmente ser!

Daí, todas as absurdidades que eles atribuem à artificialidade do heteronormativo, inexistindo este, se imputam à gêneronormatividade: a produção de invisibilidades, de desigualdade, violência, opressão etc. Este é o abuso mais absurdo, o desrespeito soberano, o autoritarismo assassino, o totalitarismo mais estrangulador.  

O ser humano, até hoje livre, em se tornando gêneronormativo, se comprimirá numa personalidade vazia, indefinida, incapaz de se conhecer, e, desconhecendo-se, ignorante do cosmos, da verdade, do bem, de Deus…

Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva
Doutor em Teologia Moral na Pontifícia Univ. Romana de Santa Cruz

Editorial

Com muita alegria o EDUCARE está sendo lançado pela Pastoral da Educação da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney! O  Educare vem servir de apoio aos professores na nobre missão de Educar como escola católica, mostrando a importância dos valores humano-cristãos para uma boa educação.
Atualmente em nossa Administração Apostólica atuam quinze Escolas, atendendo em torno de 3200 alunos, dirigidas e supervisionadas pelo Bispo D. Fernando Arêas Rifan, e sob a coordenação da Pastoral da Educação, onde atuo como Assessor Eclesiástico, cumprindo a missão evangelizadora “Euntes Docete”, isto é, “IDE ENSINAI”.
            As nossas Escolas Católicas fundamentam sua proposta pedagógica na confessionalidade, ou seja, têm sua concepção na identidade católica expressa nos documentos do Magistério do Romano Pontífice e do Colégio Episcopal, promovendo a formação integral da pessoa humana, em vista do seu fim último.
No dizer do Papa emérito Bento XVI, “as escolas católicas devem continuar a desenvolver uma capacidade de julgamento e apresentá-los à herança legada a eles por gerações anteriores, promovendo assim um senso de valores e preparando os seus alunos para uma vida feliz e produtiva”.
No Terceiro Milênio, a Educação e as Escola Católicas encontram-se perante novos desafios criados pelo contexto sócio-político cultural. Sendo assim, a necessidade de Escolas Católicas que saibam afirmar-se de maneira eficaz, persuasiva e atual. Não se trata aqui de pura adaptação, mas de um impulso missionário: levar o Evangelho até onde está o homem hoje para que acolha o dom da salvação.
            As escolas católicas são lugares privilegiados para se ministrar a educação cristã, onde as famílias encontram um ambiente favorável para a realização da originalidade de um projeto educativo, cuja base se encontra no Catecismo da Igreja Católica e nas diretrizes do múnus de ensinar eclesial.
Por tudo isso, surge o EDUCARE, para auxiliar nossos professores na bela e nobre missão de Educar e Evangelizar, como Escola Católica, pois no dizer do Papa Francisco “ser educador católico faz a diferença”

O Pontífice encorajou os bispos a continuar dando atenção para a qualidade do ensino nas escolas presentes em suas dioceses, para garantir que elas sejam genuinamente católicas e, portanto, "capazes de transmitir as verdades e os valores necessários para a salvação das almas e a edificação da sociedade".
 
            A todos que vivem a missão educadora da Igreja, minha bênção sacerdotal, e que Nossa Senhora Aparecida, educadora, Mãe de Cristo e nossa, interceda para que as Escolas Católicas sejam "capazes de transmitir as verdades e os valores necessários para a salvação das almas e a edificação da sociedade”

                                                       Assessor Eclesiástico

                                                   Pe. Silvano Salvatte Zanon