No I Congresso
Internacional de Educação Católica, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 1 e 2
de julho de 2017, padre Paulo Ricardo fez uma palestra sobre a 3ª versão da
BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a ser homologada em novembro deste ano.
Afirmou que a Base copia o modelo de educação em expansão pelo mundo, como o do
Common Core, aplicado nos EUA, fundados nos princípios do globalismo, que
pretendem desconstruir os valores judaico-cristãos da sociedade ocidental.
Enfatizou que a situação é gravíssima e que é preciso entender o que está
acontecendo, pois a homologação promoverá, de forma ilegal, uma centralização e
ideologização da educação brasileira e tornará gerações inteiras inatingíveis
pela verdade e avessas ao modelo cultural judaico-cristão.
Padre Paulo apresentou o
1º de um total de 16 vídeos de um DVD produzido por pais e educadores, da “Série Bases Comuns Curriculares”
(Introdução), que cita vários artigos da Constituição brasileira, demonstrando
que a BNCC é inconstitucional ao promover a centralização da educação no país.
No artigo 205 está escrito que a educação é dever das famílias, no artigo 22
afirma-se que cabe ao governo fornecer apenas as diretrizes e bases da educação
nacional e o artigo 210 diz que o governo deve apenas fixar conteúdos mínimos
para o ensino fundamental e que o restante cabe aos sistemas de ensino estaduais
e às famílias. Cita também o artigo 15 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação – de 1996), que estabelece a autonomia não apenas administrativa, mas pedagógica
da escola.
E
segundo o parecer técnico nº 15, de 1998, do CNE (Conselho Nacional de
Educação), bases e diretrizes são apenas preceitos genéricos fundamentais e a
autonomia da escola é muito mais do que uma orientação, mas um mandamento da
lei. Mas agora a BNCC irá decidir detalhadamente as matérias do currículo
nacional, impondo quase tudo o que vai ser ensinado às nossas crianças em todo
o Brasil. Esta centralização produzirá como consequência a ideologização da
educação. O vídeo afirma ainda que diversos conteúdos provam tal ideologização e
que a 3ª versão está recheada da ideologia de gênero, já rejeitada em 2014 pelo
Senado e pela Câmara na votação do PNE (Plano Nacional de Educação) e em 2015 pelos
quase 6000 municípios brasileiros na votação dos seus Planos Municipais de
Educação. Entre as inúmeras citações, na página 119 da 3ª versão da BNCC, fica
estabelecida a valorização de gênero, na página 165 a Base exige dos
professores de Arte a problematização das questões de gênero, do corpo e da
sexualidade. E na área de Ciências Humanas, na página 305, cita que a
diversidade de gênero deverá ganhar especial destaque e na página 351 estabelece
que o professor de História deverá destacar as questões de gênero no estudo dos
processos históricos.
Segundo o padre Paulo
Ricardo, um pequeno grupo de burocratas em Brasília, não eleitos pelo povo, vai
decidir por mais de 200 milhões de brasileiros o que vai ser ensinado nas
escolas do Brasil, numa clara ingerência do Estado sobre o direito das famílias
de educarem os seus filhos, revelando uma verdadeira ditadura educacional,
apoiada pelo Banco Mundial e outros organismos internacionais, ligados ao poder
financeiro, interessados na transformação dos papéis sociais para a submissão
social ao poder do dinheiro.
À guisa de conclusão é
importante destacar que há diversos artigos e textos acadêmicos na internet
sobre a temática da BNCC, os seus aspectos centralizadores e os seus princípios
ideológicos. O próprio padre Paulo Ricardo, sacerdote católico, escritor e professor
universitário, em vários textos denuncia a presença das ideologias do
pragmatismo, do marxismo e do desconstrucionismo na BNCC, os seus objetivos de
revolucionar a educação e construir uma nova sociedade. O padre José Eduardo, doutor em Teologia
Moral pela Università dela Santa Croce, em Roma, em entrevista à agência de
comunicação Zenit, traça um histórico da legislação brasileira mostrando a
tendência contrária à criação de um sistema único de educação e os seus
propósitos revolucionários. E Viviane Petinelli, doutora em Ciência Política
(UFMG/Harvard) com Orley José da Silva, mestre em Letras e Linguística (UFG),
no texto “A 3ª versão da BNCC: análise e
constatações (Nota Técnica)” provam a permanência da ideologia de gênero nesta
versão, diluída em frases e períodos muito bem construídos e maliciosamente
costurados, com o objetivo claro da desconstrução da heteronormatividade, da
família natural, de toda a moralidade cristã e por fim, da anulação do próprio
indivíduo em sua natureza.
José
Antônio de Faria
Professor Pós Graduado em História
CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA DA PALESTRA REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS SOBRE A 3ª VERSÃO DA BNCC PROFERIDA NO II SIMPÓSIO DAS ESCOLAS CATÓLICAS no link abaixo:
http://professorfariahistoria.blogspot.com.br/2017/08/consideracoes-criticas-sobre-3-versao.html
CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA DA PALESTRA REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS SOBRE A 3ª VERSÃO DA BNCC PROFERIDA NO II SIMPÓSIO DAS ESCOLAS CATÓLICAS no link abaixo:
http://professorfariahistoria.blogspot.com.br/2017/08/consideracoes-criticas-sobre-3-versao.html