sábado, 7 de julho de 2018

PRINCÍPIOS ORIENTADORES DAS ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA PESSOAL SÃO JOÃO MARIA VIANNEY




Com minha cordial saudação e agradecimento a todos os membros da direção, coordenação, magistério, apoio e serviços gerais das nossas escolas católicas, quero transmitir a todos os princípios orientadores que devem reger as nossas escolas.

1. UMA ÓTIMA ESCOLA: Procuremos o ótimo e a excelência em tudo, não nos contentando com o bom: essa é a meta. “Os dirigentes das escolas católicas, sob a supervisão do Ordinário local, cuidem que a formação nelas dada atinja pelo menos o nível científico das outras escolas da região” (Código de Direito Canônico – CDC, cânon 806, §2).

2. UMA ESCOLA CATÓLICA: Nos seus ensinamentos e comportamento moral, pauta-se pelo Magistério da Igreja, expresso no Catecismo da Igreja Católica, no Código de Direito Canônico, nas normas da Congregação para a Educação Católica, nas orientações pastorais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e nas diretivas específicas da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. Como escola católica, insere-se na Pastoral da Educação, que é a ação evangelizadora da Igreja no mundo da educação, compreendendo estruturas, processos, políticas e práticas educativas e, prioritariamente, pessoas, famílias e comunidades que se envolvem com educação. Embora sendo católica a escola, as pessoas de outras religiões são aceitas e respeitadas nas suas crenças e posições, dentro da caridade cristã. 

3. EDUCAÇÃO: a definição e compreensão da educação que seguimos, em toda a sua abrangência, é a expressa no Código de Direito Canônico, cânon 795: “Devendo a verdadeira educação ter por objetivo a formação integral da pessoa humana, orientada para o seu fim último e simultaneamente para o bem comum das sociedades, as crianças e os jovens sejam de tal modo formados que possam desenvolver harmonicamente os seus dotes físicos, morais e intelectuais, adquiram um sentido mais perfeito da responsabilidade e o reto uso da liberdade, e sejam preparados para participar ativamente na vida social”.

4. PONTOS ESPECÍFICOS NA EDUCAÇÃO:
a) Não adotamos a ideologia de gênero e suas implicações: As expressões “gênero” ou “orientação sexual” referem-se a uma ideologia que procura encobrir o fato de que os seres humanos se dividem em dois sexos. Segundo essa corrente ideológica, as diferenças entre homem e mulher, além das evidentes implicações anatômicas, não correspondem a uma natureza fixa, mas são resultado de uma construção social. Seguem o célebre aforismo de Simone de Beauvoir: “Não se nasce mulher, fazem-na mulher”. Assim, sob o vocábulo “gênero”, é apresentada uma nova filosofia da sexualidade, contra a biologia e a psicologia. Ora, negar a biologia e a psicologia é negar a ciência! A escola deve ter compromisso com a verdade, fomentando o conhecimento da realidade e não doutrinando os alunos com ideologias. O papel da educação deve ser o de fomentar o conhecimento da realidade, não a sua desconstrução, ou a neutralização das características psicológicas e biológicas dos meninos e das meninas. Devemos ensinar os nossos filhos e alunos a respeitar as pessoas, independentemente do sexo, raça, condição social, etc., mas isso não quer dizer confundi-los com uma ideologia como essa. Na verdade, os que adotam o termo gênero não estão querendo combater a discriminação, mas sim “desconstruir” a família, o matrimônio e a maternidade e, deste modo, fomentam um “estilo de vida” que incentiva todas as formas de experimentação sexual desde a mais tenra idade. Além desses dados da ciência e da lei natural, a doutrina católica nos ensina, sobre o nosso dever em relação à própria identidade sexual: “Deus criou o ser humano, homem e mulher, com igual dignidade pessoal e inscreveu nele a vocação do amor e da comunhão. Cabe a cada um aceitar a própria identidade sexual, reconhecendo sua importância para a pessoa toda, a especificidade e a complementaridade” (Compêndio do CIC, 487). Com a ideologia de gênero, “deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação: «Ele os criou homem e mulher» (Gn 1, 27)”.

b) Somos contra o permissivismo moral, os namoros precoces e por brincadeira, e imoralidades de qualquer espécie. Não adotamos modas indecentes, por isso é exigido o uniforme segundo o modelo dado pela nossa secretaria.

c) Procuramos que haja a disciplina, o senso de hierarquia, a obediência às normas estabelecidas, formadoras do senso de responsabilidade e autodomínio.

d) Exigimos o respeito especial para com os professores, orientadores e diretores.

e) Cobramos os respeito e delicadeza para com todos os funcionários.

f) Para que o ambiente escolar seja educativo, ensinamos o respeito pela presença de Deus e de tudo o que diz respeito à religião.

g) Quanto à sociologia e à filosofia, e suas implicações na História, na Geografia e Ciências Sociais em geral, adotamos o pensamento católico e a doutrina social da Igreja. Por isso, rejeitamos o marxismo, o comunismo, o socialismo e o fascismo, a luta de classes etc.

h) Quanto ao capitalismo, adotamos a distinção feita pelo Papa São João Paulo II: “Após a falência do comunismo, pode-se dizer que o sistema social vencedor é o capitalismo e que para ele se devem encaminhar os esforços dos países que procuram reconstruir as suas economias e a sua sociedade?” E ele mesmo responde: “Se por ‘capitalismo’ se indica um sistema econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, do mercado, da propriedade privada e da consequente responsabilidade pelos meios de produção, da livre criatividade humana no setor da economia, a resposta é certamente positiva, embora talvez fosse mais apropriado falar de ‘economia de mercado’, ou simplesmente de ‘economia livre’”. Mas então a Igreja aprova simplesmente o chamado “capitalismo liberal e selvagem”? O próprio João Paulo II ensina: “Se por ‘capitalismo’ se entende um sistema onde a liberdade no setor da economia não está enquadrada num sólido contexto jurídico que a coloque ao serviço da liberdade humana integral e a considere como uma particular dimensão desta liberdade, cujo centro seja ético e religioso, então a resposta é sem dúvida negativa” (Enc. Cent. Annus, 42).

i) Defendemos a família natural e tradicional, embora respeitando todas as situações anormais hoje existentes.

j) Quanto à homossexualidade, adotamos o ensinamento católico a respeito: “A prática do homossexualismo, isto é, os atos homossexuais, é condenável e pecaminosa”. As pessoas homossexuais são dignas do nosso respeito e compreensão. Na linha de Santo Agostinho, que dizia que Deus odeia o pecado, mas ama o pecador, o Catecismo nos ensina que as pessoas que apresentam essa inclinação objetivamente desordenada devem ser acolhidas com respeito e compaixão, evitando-se para com elas todo sinal de discriminação injusta. Elas também são chamadas à virtude e à santidade, que podem alcançar com o autodomínio e a graça de Deus.

k) Somos contra qualquer tido de discriminação injusta e racismo: todos somos irmãos e filhos de Deus e como tais devemos nos tratar.


Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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