sexta-feira, 19 de julho de 2019

A Pedagogia Católica



            As coincidências essenciais e os pontos em que se convergem às diferentes Pedagogias contemporâneas, são muitos. Eles se levantam sobre uma considerável ampliação de conceitos da Educação, embora possuam enfoques próprios. É evidente que a Pedagogia tem um campo específico de trabalho, um objeto que lhe corresponde, tomada em seu sentido mais amplo, começa na família e continua na Escola.
            Convivemos até agora com a expressão “crise da Escola”. Atualmente não seria mais próprio “crise na Escola”? A crise se instala na medida em que a clientela leva à Escola suas orientações definidas ou suas desorientações, obrigando a instituição a trabalhar de modo diferente, através de enfoques Sociológico e Culturalista.
            A responsabilidade do educador de hoje é enorme! Uma educação adaptada ao nosso tempo exige dele vocação e competência profissional. Uma sociedade justa passa pela educação de qualidade iluminada pela Pedagogia Católica.
Ela se inicia no contexto da “família estruturada”. É o amor paterno e materno principal terreno que dá às meninas e aos meninos o alimento humano, moral, psicológico, religioso e cultural, que lhes permitem crescer. A família é uma comunidade que não exclui ninguém. Mas é o primeiro veículo de conhecimento do mundo, construindo valores, juízos, concepções e ideologias.
A família deve rezar sempre unida, para ganhar com o tempo, uma alma grande, feita de ternura, perdão, compreensão e amor a Deus. Os filhos aprendem a comportar-se como cidadãos autênticos olhando para os pais. A oração, o catecismo, as obras de caridade, tudo isso muitos Santos aprenderam dos pais, como o filho de “mamãe Margarita” e daí dos seus joelhos, nasceu o “Método Educativo Dom Bosco”.
Não podemos nos esquecer do brinquedo, do lazer, do pátio e da recreação que têm uma importância vital – tanto no âmbito da família, como no da Escola.  O resultado é ainda mais positivo quando o educador brinca com seus educandos. Na atmosfera familiar não podem faltar expressões como: eu o/a amo; tenho confiança em você; estou feliz por ter você; como é bom estarmos juntos!
Os pontos de referência são necessários a esta geração sem bússola, apesar do famoso “GPS”, porque a incoerência de algumas ideologias e a perda da influência da Igreja precipitam a sociedade num profundo relativismo. Há, porém um tripé infalível que são a alegria, o estudo e a piedade, para que tudo flua bem e os jovens se realizem.
D. Bosco dizia que a construção de uma pessoa autônoma e responsável reclama encargos pequenos e médios aos jovens. Eles devem ser encorajados pelos pais e mestres a enfrentar riscos, tomar decisões condizentes com a sua idade. É preciso fazer crescer a estima recíproca, lembrar-se de que o louvor é sempre mais eficaz que a crítica. Em última análise, entusiasmá-los para a vida. É bem verdade que cada um tem seu tipo de caráter, com qualidades e defeitos próprios, por isso o tratamento diferenciado se faz necessário. É preciso investir na formação dos adolescentes, voltados para o futuro, cultivar seus sonhos e ilusões; conduzi-los, por vezes, ao realismo, mas, dando asas à sua imaginação, pois não são adultos em miniatura. Já dizia um grande Salesiano com simplicidade: “Os meninos são como pardais, na gaiola, morrem.”
O diálogo é primordial principalmente com os jovens e adolescentes. Evitar-lhes o ócio, apontar metas para eles. Dar-lhe o bom exemplo, criar para eles ambientes construtivos, oportunizar-lhes o sucesso, porém sem faltar a repreensão necessária que deve ser imediata, justa e coerente.
O otimismo deve ser alimentado. O princípio da entropia [não seria entalpia] é válido também para as relações humanas, a boa amizade, por exemplo, é marcante.
O “Monitor do Professor”, da autoria do Exmo. Sr. Bispo Dom Fernando Arêas Rifan, nosso Administrador Apostólico, insiste com os pais e professores sobre a importância de formar nas crianças e jovens convicções; dar-lhes a noção exata de pecado, formar sua vontade, para que sejam  jovens santos e suas vidas promissoras.
Enfim, a Educação Familiar é a base da formação dos jovens que deve continuar na Escola. É o resultado da interação entre os dois polos ativos: pais e filhos. É o caminho do respeito à pessoa e sua liberdade, sobretudo seus ritmos de crescimento e maturação. Esse é o caminho trilhado pela Pedagogia Católica, tendo em vista a verdadeira felicidade.
Profª Maria Lúcia Viceconte de Abreu

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