As
coincidências essenciais e os pontos em que se convergem às diferentes
Pedagogias contemporâneas, são muitos. Eles se levantam sobre uma considerável
ampliação de conceitos da Educação, embora possuam enfoques próprios. É
evidente que a Pedagogia tem um campo específico de trabalho, um objeto que lhe
corresponde, tomada em seu sentido mais amplo, começa na família e continua na
Escola.
Convivemos
até agora com a expressão “crise da Escola”. Atualmente não seria mais próprio
“crise na Escola”? A crise se instala na medida em que a clientela leva à Escola
suas orientações definidas ou suas desorientações, obrigando a instituição a
trabalhar de modo diferente, através de enfoques Sociológico e Culturalista.
A
responsabilidade do educador de hoje é enorme! Uma educação adaptada ao nosso tempo
exige dele vocação e competência profissional. Uma sociedade justa passa pela
educação de qualidade iluminada pela Pedagogia Católica.
Ela se inicia no contexto da
“família estruturada”. É o amor paterno
e materno principal terreno que dá às meninas e aos meninos o alimento humano,
moral, psicológico, religioso e cultural, que lhes permitem crescer. A família
é uma comunidade que não exclui ninguém. Mas é o primeiro veículo de
conhecimento do mundo, construindo valores, juízos, concepções e ideologias.
A família deve rezar sempre
unida, para ganhar com o tempo, uma alma grande, feita de ternura, perdão,
compreensão e amor a Deus. Os filhos aprendem a comportar-se como cidadãos
autênticos olhando para os pais. A oração, o catecismo, as obras de caridade,
tudo isso muitos Santos aprenderam dos pais, como o filho de “mamãe Margarita”
e daí dos seus joelhos, nasceu o “Método
Educativo Dom Bosco”.
Não podemos nos esquecer do
brinquedo, do lazer, do pátio e da recreação que têm uma importância vital –
tanto no âmbito da família, como no da Escola. O resultado é ainda mais positivo quando o
educador brinca com seus educandos. Na atmosfera familiar não podem faltar
expressões como: eu o/a amo; tenho confiança em você; estou feliz por ter você;
como é bom estarmos juntos!
Os pontos de referência são
necessários a esta geração sem bússola, apesar do famoso “GPS”, porque a
incoerência de algumas ideologias e a perda da influência da Igreja precipitam
a sociedade num profundo relativismo. Há, porém um tripé infalível que são a alegria, o estudo e a piedade, para
que tudo flua bem e os jovens se realizem.
D. Bosco dizia que a
construção de uma pessoa autônoma e responsável reclama encargos pequenos e
médios aos jovens. Eles devem ser encorajados pelos pais e mestres a enfrentar
riscos, tomar decisões condizentes com a sua idade. É preciso fazer crescer a
estima recíproca, lembrar-se de que o louvor é sempre mais eficaz que a
crítica. Em última análise, entusiasmá-los para a vida. É bem verdade que cada
um tem seu tipo de caráter, com qualidades e defeitos próprios, por isso o
tratamento diferenciado se faz necessário. É preciso investir na formação dos adolescentes,
voltados para o futuro, cultivar seus sonhos e ilusões; conduzi-los, por vezes,
ao realismo, mas, dando asas à sua imaginação, pois não são adultos em
miniatura. Já dizia um grande Salesiano com simplicidade: “Os meninos são como pardais, na gaiola, morrem.”
O diálogo é primordial
principalmente com os jovens e adolescentes. Evitar-lhes o ócio, apontar metas
para eles. Dar-lhe o bom exemplo, criar para eles ambientes construtivos,
oportunizar-lhes o sucesso, porém sem faltar a repreensão necessária que deve
ser imediata, justa e coerente.
O otimismo deve ser
alimentado. O princípio da entropia [não seria entalpia] é válido também para
as relações humanas, a boa amizade, por exemplo, é marcante.
O “Monitor do Professor”, da autoria do Exmo. Sr. Bispo Dom Fernando
Arêas Rifan, nosso Administrador Apostólico, insiste com os pais e professores
sobre a importância de formar nas
crianças e jovens convicções; dar-lhes a noção exata de pecado, formar sua
vontade, para que sejam jovens santos e
suas vidas promissoras.
Enfim, a Educação Familiar é
a base da formação dos jovens que deve continuar na Escola. É o resultado da
interação entre os dois polos ativos: pais e filhos. É o caminho do respeito à
pessoa e sua liberdade, sobretudo seus ritmos de crescimento e maturação. Esse
é o caminho trilhado pela Pedagogia Católica, tendo em vista a verdadeira felicidade.
Profª Maria Lúcia Viceconte de Abreu
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